Ainda não está claro o que motivou a mudança repentina de postura, mas um oficial de defesa afirmou que o Comando Central dos EUA está monitorando "tensões crescentes no Oriente Médio".

Um funcionário da Casa Branca disse que o presidente Donald Trump está ciente dos recentes movimentos de pessoal.

Embora os motivos específicos para as preocupações com segurança na região não estejam claros, as partidas planejadas ocorrem em um momento de aumento nas tensões entre Irã e Israel, enquanto a istração Trump continua buscando um novo acordo nuclear com a República Islâmica.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, autorizou a saída voluntária de familiares de militares de diversas localidades no Oriente Médio, segundo um oficial.

“A segurança dos nossos militares e de suas famílias continua sendo nossa maior prioridade, e o Comando Central dos EUA (Centcom) está acompanhando as tensões em desenvolvimento no Oriente Médio”, disse o oficial.

O general Michael Kurilla, comandante do Centcom, adiou um depoimento que estava agendado para quinta-feira (12) em uma comissão do Senado, devido à situação, segundo informou outro oficial de defesa.

O Departamento de Estado também está se preparando para ordenar a saída de funcionários não essenciais das embaixadas dos EUA no Iraque, Bahrein e Kuwait devido ao aumento dos riscos de segurança na região, segundo um funcionário americano e outra fonte familiarizada com o assunto.

A saída de funcionários não essenciais também será ordenada para o consulado dos EUA em Erbil, no Curdistão iraquiano, disseram as fontes. Um funcionário do governo iraquiano afirmou que os movimentos de pessoal não têm relação com a postura de segurança em seu país.

O Departamento de Estado não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

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Trump afirmou que está cada vez menos confiante em conseguir um acordo com o Irã para conter as ambições nucleares do país, dizendo em uma nova entrevista que Teerã pode estar “adiando” a conclusão de um acordo.

“Estou cada vez menos confiante quanto a isso. Eles parecem estar adiando, e acho que isso é uma pena, mas estou menos confiante agora do que estaria há alguns meses”, disse Trump em uma entrevista a um podcast do New York Post divulgada nesta quarta-feira.

“Algo aconteceu com eles, mas estou muito menos confiante de que um acordo será feito”, continuou, dizendo que eram seus “instintos” que o faziam acreditar que o acordo estava mais distante.

A CNN também informou nesta quarta-feira que Trump disse ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu para parar de falar sobre um ataque ao Irã, segundo uma fonte familiarizada com a conversa.

Os dois líderes conversaram por telefone na segunda-feira (9). Trump depois afirmou que a ligação foi “muito boa, muito tranquila”.

No mês ado, a CNN informou que os EUA haviam obtido novas informações de inteligência sugerindo que Israel estava se preparando para atacar instalações nucleares iranianas, segundo vários funcionários do governo americano familiarizados com as informações mais recentes.

Duas fontes de inteligência disseram que os EUA observaram indícios de uma postura militar israelense, incluindo a movimentação de munições aéreas e a conclusão de um exercício aéreo.

Embora os funcionários tenham alertado que não está claro se os líderes israelenses tomaram uma decisão final, também destacaram que há um profundo desacordo dentro do governo dos EUA sobre a probabilidade de Israel realmente agir.

O ministro da Defesa do Irã alertou na quarta-feira que, se as negociações nucleares com os EUA fracassarem e um conflito estourar, os EUA seriam “forçados a deixar a região”.

O general de brigada Aziz Nasirzadeh afirmou que, nesse cenário, “o adversário certamente sofrerá baixas mais pesadas”, embora não tenha especificado se o “adversário” seria os EUA, Israel ou ambos.

Em seus comentários publicados pela agência estatal iraniana IRNA, o ministro da Defesa disse que alguns funcionários do lado oposto “fizeram declarações ameaçadoras, alertando para um possível conflito caso nenhum acordo seja alcançado” nas negociações entre os EUA e o Irã.

“Nesse caso, os EUA não terão outra opção a não ser deixar a região, já que todas as suas bases estão ao alcance das forças armadas iranianas, e elas não hesitarão em atacar todas essas bases nos países anfitriões”, afirmou Nasirzadeh.

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